Por Monique Teixeira
Head de Marketing e Comunicação da Zeros
O Botafogo SAF alcançou um marco ao obter a Certificação do Sistema de Gestão Lixo Zero (SGLZ). A conquista, liderada por Iara Pereira, técnica de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente, consolidou o clube como pioneiro no futebol da América Latina, reforçando que práticas sustentáveis podem ser aplicadas de maneira estruturada também no esporte.
A escolha estratégica
Embora já certificado nas normas ISO 9001 e ISO 14001, o clube decidiu avançar. Portanto, buscou uma metodologia que assegurasse resultados tangíveis em resíduos e, assim, adotou o SGLZ, desenvolvido pela Global Zero Waste e implementado no Brasil pela Zeros. Dessa forma, alinhou melhoria contínua, conformidade legal e economia circular, alcançando um diferencial competitivo e ambiental.
Linha do tempo e avanços
- 2023: consolidação da base com certificações ISO.
2024: sensibilizações iniciais e avaliação de processos.
2025: nove meses de ajustes operacionais, capacitações internas e adequações culturais.
Maio de 2025: início da gestão Lixo Zero no Estádio Nilton Santos, com segregação pós-evento e rotas de valorização definidas.
Cultura organizacional
O processo exigiu revisão de práticas internas, portanto foram instalados residuários padronizados, realizadas capacitações periódicas e fortalecida a comunicação interna. Dessa maneira, colaboradores passaram a compreender com clareza conceitos como rejeito, reciclável, reuso e orgânico.
Além disso, para reduzir descartáveis, todos os novos integrantes recebem um kit sustentável com garrafinha, caneca e agenda. Como resultado, houve diminuição expressiva no consumo de copos plásticos e papel.
Engajamento da torcida
Ainda que a certificação tenha começado internamente, logo envolveu o público externo. Assim, as torcidas organizadas participaram de pesquisas, compreenderam seu papel e, posteriormente, aderiram à segregação durante os jogos. Portanto, caçambas foram distribuídas no estádio, garantindo a destinação correta de materiais como mosaicos de papel e plástico.
Dessa forma, a participação dos torcedores reforçou o alcance social da certificação.
Ganhar não é só dentro de campo, ganhar também é fora do campo e nós fazemos parte dessa trajetória. Essa certificação é nossa, é de todos nós botafoguenses.
Iara Pereira
Ainda que a certificação tenha começado internamente, logo envolveu o público externo. Assim, as torcidas organizadas participaram de pesquisas, compreenderam seu papel e, posteriormente, aderiram à segregação durante os jogos. Portanto, caçambas foram distribuídas no estádio, garantindo a destinação correta de materiais como mosaicos de papel e plástico.
Dessa forma, a participação dos torcedores reforçou o alcance social da certificação.
Parcerias fundamentais
O clube buscou parceiros especializados para assegurar credibilidade em cada fluxo:
Ciclo Orgânico: responsável pela coleta semanal de resíduos orgânicos, pela compostagem e pela devolução de adubo, com relatórios trimestrais de desempenho.
Yellow: gestora dos insumos de impressão, que opera logística reversa e promove o plantio de árvores proporcional ao consumo de papel.
SB Ambiental: responsável pela coleta e destinação de resíduos sólidos.
Graças a essas parcerias, o Botafogo obteve rastreabilidade total, do suprimento à destinação final.
Resultados obtidos
A implantação gerou impactos concretos, entre eles:
379 kg de CO₂ equivalente evitados, conforme relatórios da compostagem;
Redução significativa do uso de descartáveis e sacos plásticos;
Monitoramento preciso com gravimetria e pesagem periódica;
Fortalecimento da corresponsabilidade entre colaboradores, fornecedores e torcedores.
Portanto, a certificação demonstrou resultados mensuráveis e replicáveis.
Referência para o setor
Ao conquistar o SGLZ, o Botafogo mostrou que a certificação é possível em ambientes de grande complexidade, como o futebol. Além disso, o clube já iniciou a expansão das práticas para o centro de treinamento e para as lojas oficiais. Assim, tornou-se referência e inspiração para que outras organizações também avancem em direção à economia circular.
A experiência evidencia que responsabilidade socioambiental não se limita à conformidade, mas gera valor estratégico. Portanto, a mensagem é clara: vencer dentro e fora de campo é igualmente essencial.
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